É dia de levar a Juju ao parque. A tarefa não é tão fácil assim.
Saímos... quando olhei para minhas pernas, imaginei que
dava pra fazer um jogo da velha, estava tão seca. Será
que ainda tem aquele protetor solar por aqui? É creme né? Deve hidratar... Não!
Acabou! Droga!
Fomos caminhando enquanto a Juju ia de
bicicleta.
É tanta
gente, tanto cachorro, bicicleta,
patins, uns skates motorizados fora aquelas geringonças que a gente aluga para
três pessoas, que em a criança vai à frente e temos que fazer uma força filha da mãe
pra pedalar...
Com detalhe: Não
pode sair da ciclovia, que dá a volta no parque inteiro (longe pra cacete) e
não pode parar porque tem um monte de gente atrás. Uma merda...
A Juju e o pai foram brincar (ele é ótimo pra isso),
prefiro ficar observando as pessoas.
Passam os atletas correndo feito loucos com os patins, as
madames com sua leging e blusinha amarrada na bunda, com cabelinhos
arrumadinhos falando ao celular. Aliás! Por que as pessoas sentem tanta
necessidade de falar ao celular?
Tem gente que se a prefeitura tirar todas as
árvores do parque e instalarem postes elas nem vão perceber. Só andam e falam
nesses malditos aparelhos.
Enquanto isso reparo o Edu tentando se esconder da
Juju atrás de uma árvore com um tronco de um palmo de largura. Nem preciso
dizer que sua barriguinha não consegue passar ilesa àquele esconderijo.
Os dois adoram mato, já estão descalços.
Ela sobe na árvore e me pede uma mexirica (levei umas coisinhas).
Fizeram uma rampa bem legal que fica entre as árvores e a medida que caminhamos fica mais alto.
Muito legal! Um cheiro tão bom de terra molhada. Ficamos
um tempão por lá. Como sempre, eu observo:
Algumas pessoas estavam fazendo caminhada, subiram nesta
“rampa” acho que sem querer, porque elas simplesmente fazem a volta, sem
diminuir o ritmo e saem, sem olhar pra nada.
Outras reclamam que deveria ter uma escada pra não
precisarem voltar ao início. Deus me livre! Vai lavar um tanque de roupa no
frio minha senhora, pra ver se acorda!
Tem aquelas que não conseguem escutar os pássaros porque
estão ao celular...Teve uma que andou tão rápido que quando chegou onde
estávamos, falou:
- Ué, é só isso?
Fiquei pensando o que ela imaginou que teria? Um arco-íris
e um pote de ouro?
Na descida encontramos um casal e seu filho:
- Filho, mantenha-se à direita, porque as pessoas que estão
descendo vem pela esquerda.
PELO AMOR DE DEUS, acho que ele confundiu com o dia 7 de
Setembro né?
Vamos voltando gente, estamos longe!
Vocês sabem que há diferenças incríveis entre homem e
mulher, uma delas é a forma de se levar os filhos ao parque.
O Edu fala:
- Juju, vai indo até você não nos ver mais, então pára e
espera tá? Ou volta pelo mesmo caminho, nós estaremos aqui.
Como assim? Nós estaremos aqui? Eu vou estar lá, com ela.
- Eu digo:
- Juju, pode ir andando, mas olhe para trás de vez em quando,
não saia do meu campo de visão.
Ele me diz:
- Ai Rubia, que exagero, é só você pedir pra ela parar em
determinado local e ela espera.
Numa dessas instruções, senti que ele ficou apreensivo, nós
não a víamos mais, era muita gente...
Sem querer dar o braço a torcer, ele
começou a apressar os passos.
Já arquitetei um plano de ação. Você vai pela frente e eu
entro aqui, nos encontramos no banco de areia.
Quando estávamos tomando as posições para a busca, a vimos.
Na verdade ela voltou... Tenha santa paciência...que susto!
ÚLTIMA ETAPA
Fomos ao tal banco de areia. Como diria o Caco Antibes:
- Aquilo era a visão do inferno!
Logo já surge um prato cheio para as minhas observações:
Cachorros comendo salgadinhos, criança comendo ração, mães
procurando filhos, filhos procurando os pais que devem ter pedido anteriormente
pra eles ficarem no seu campo de visão....
Uma criança chega carregando um coco verde maior que ela. O pai é claro, está sentado looonge, afinal os filhos tem que aprender a se virar.
De repente, Ploft! O coco cai, a água vai escorrendo, o Edu vê e grita pra
mim:
- Vai lá vira o coco, repete, - Vira o coco!
Eu com os meus devaneios não tive tempo de salvar a bebida
do menino. O pai chega bem depois. O Edu fica me olhando com aquele olhar de
reprovação do tipo:
- Mais o que você está fazendo aí? Pensando?
Duas crianças descem do escorredor, batem as cabeças e a mãe
de um deles que estava sentada o meu lado diz:
- Tudo bem filho? Cadê o menininho? Vê se ele se machucou!
O filho grita BEM ALTO:
- POR QUE ELE? E EU? VOCÊ NÃO QUER SABER SE EU ME MACHUQUEI?
NÃO SE IMPORTA COMIGO?
Gente! O banco de areia inteiro fica em silêncio e todos
olham para a mãe da tal criança carente... Ela começa a ficar vermelha e chama
o pimpolho com os dentes cerrados, com um sorriso amarelo, daqueles que você
não sabe se a pessoa sorriu ou soltou um pum.
As outras crianças procuram seus pais para um abraço como
se quisessem afirmar que ali eles tinham carinho... sei lá...Muito
esquisito.....
Vamos embora!
Não via a hora de chegar em casa, fazer almoço, lavar a louca,
arrumar a cozinha e logo depois, fazer o café da tarde e em seguida o jantar...
Q u e l e g a l !
Ahhhhh. Que dia feliz!
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